Mirante ao fim da trilha! Ao fundo, o glaciar!
Quem gosta de aventura mas não tem lá muito preparo físico pode encarar a trilha até a Laguna Esmeralda, a uns 20km do centro de Ushuaia. A lagoa fica na base do belíssimo Glaciar Ojo del Albino, junto ao Cerro Bonete, no Vale Tierra Mayor. O acesso é pela Ruta 03.
Para chegar ao local, é preciso ir de carro. A gente alugou um veículo e deixou estacionado na entrada da trilha (tem uma área descapada), mas há milhares de opções de agências de turismo que levam e buscam o grupo.
A trilha tem cerca de 5km (só ida). A gente fez o trekking todo (ida e volta) em 3 horas. Se você está fora de forma, talvez demore um pouco mais. Mas aviso: vale muito a pena!
Nós fomos ao Ushuaia em dezembro, início do verão. Nesta época de calor (ou melhor, de um pouco menos de frio), o terreno fica bem molhado por causa das chuvas e do degelo. Por isso, você vai encontrar muita lama, barro e áreas alagadas pelo caminho. É bom usar uma galocha (as agências costumam fornecer) ou uma bota impermeável.
A trilha é muito bem demarcada. Ao fundo, as montanhas nevadas.
A caminhada começa em meio a um bosque. O trajeto é muito bem demarcado. Em meio às árvores, a umidade é maior, ou seja, tem mais barro. Em alguns trechos, há inclusive toras de madeira para facilitar a travessia pela lama. Mas nada impossível.
Saindo da mata, a vegetação fica mais rasteira e logo passamos pelo famoso turbal. Os “turbais” são bem tradicionais na Patagônia – são terrenos formados por restos de plantas que vão se acumulando e formam algo parecido com uma esponja. Por causa das condições climáticas da região, musgos e gramíneas não se decompõe e ficam com esta característica peculiar.
O arroio, áreas alagadas e o rastro de destruição deixado pelos castores.
Em seguida, atravessamos pelo arroio Esmeralda. Chamam a atenção as obras dos castores. Esses animais bonitinhos são nativos lá do Canadá e foram trazidos pelo homem ao Hemisfério Sul. Como eles não tem predadores lá no Ushuaia, acabaram se reproduzindo de forma desenfreada e viraram pragas. Eles destroem a vegetação que há pela frente (inclusive, árvores milenares) para construir enormes diques em rios e arroios. Eles vivem nesse emaranhado de galhos e troncos.
No último trecho da caminhada, a trilha começa a subir. Esta é a parte mais cansativa do passeio. Mas o bom é que ela termina na Laguna Esmeralda. Ou seja, o esforço é recompensado.
Mesmo com chuva, a cor da água é vibrante.
O tempo lá no Ushuaia muda bastante no verão. Começamos a trilha com sol e calor e terminamos abaixo de chuva. Mesmo assim, a cor da água é espetacular. Como levamos roupas impermeáveis, decidimos contornar a laguna. Cruzamos com uma família de patinhos. Uma fofura só.
Depois, paramos embaixo de uma árvore, na beira daquela laguna incrível, e fizemos nosso lanche. Sim, não esqueça de levar água e algo pra comer! É interessante também ter sempre uma peça de roupa seca caso a chuva seja muito sorte!
É possível caminhar contornando a Laguna e vê-la de diferentes ângulos.
A nossa ideia inicial era subir uma parte do Glaciar Ojo Del Albino. Para isso, é preciso levar equipamentos apropriados. O ideal é contratar um guia especializado. A gente levou os equipamentos, mas abortamos a missão porque a chuva acabou apertando.
Retornamos abaixo de muita água. E mesmo assim, ainda vimos outros grupos iniciando a caminhada. E achei muito legal. Não dá pra deixar de conhecer um lugar lindo desses só porque está chovendo.
A vantagem de ter ido de carro é que deixamos uma muda de roupas secas dentro do veículo. Chegamos e pudemos tirar as peças encharcadas!
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