Don Giovanni – espumantes, arte, romance e sustentabilidade 

Pinto Bandeira fica a 138 kms de Porto Alegre, do ladinho de Bento Gonçalves. A produção de espumantes é o forte das vinícolas da cidade. E tem uma em especial que nos cativou demais – amor à primeira vista. Estou falando da Don Giovanni. Ela é a primeira no Brasil a implantar o manejoo biodinâmico (mais rigoroso que o orgânico). Por enquanto, o sistema foi adotado apenas em 1 hectare, mas a ideia é expandir aos poucos para toda produção.

A Don Giovanni é uma vinícola de média produção (não é das grandes, mas já saiu do patamar de cantina familiar). A propriedade é linda. Tem 50 hectares, sendo que 14 são de parreirais. Paisagens mágicas que já brilharam na Tv, inclusive no Globo Repórter.

Não deixe de caminhar pelos Vinhedos

SUSTENTABILIDADE:

A tentativa de reduzir o uso de produtos químicos não é de hoje. Ao longo do tempo, já eliminaram herbicidas e fertilizantes industrializados. Para adubar a terra, esterco e resíduos orgânicos. Alguns chás são preparados para ajudar na saúde das plantas e evitar doenças, como a cavalinha e a urtiga. A experiência biodinâmica deu certo, apesar de não ter sido fácil. As regras são rígidas! Além de não poder usar nada químico, é preciso levar em consideração as fases da lua e até a astrologia. Muito interessante.

Na viagem à Santiago, no Chile, visitamos a maior vinícola do mundo com produção biodinâmica – a Emiliana. Fiquei muito feliz em saber que, no Brasil, também estamos neste caminho mais sustentável. O que muda na uva? Tudo! O sabor é intenso, mais verdadeiro. E o resultado está no vinho. Só bebendo pra notar a diferença.

As espumantes são maravilhosas!

 

VISITAÇÃO:

Se você quiser passar o dia na Don Giovanni, é possível fazer a visitação com degustação por 25 reais (o valor você reverte em compras!). Não dá pra perder a caminhada pelos Vinhedos! Tudo é muito lindo e você vai ter uma pequena aula de sustentabilidade. Nesta última vez que fomos, o Maciel foi o nosso guia.

Agora se você estiver atrás de uma experiência única, daquelas que a gente conta e indica pra todos os amigos, reserve o “brinde ao por do sol”. Isso significa que depois da visita à cantina e a degustação de alguns rótulos, o visitante vai caminhar pelos parreirais e encerrará o passeio sobre a caixa d’água. É o ponto mais alto da propriedade! Ali estarão à espera dos visitantes taças, espumantes no gelo e algumas mantinhas para aquecer os mais friorentos (tipo eu!).

O brinde ao por do sol!

 

O clima é demais! Ali de cima, o por do sol vem emoldurado pela paisagem da propriedade. Acho que eu ficaria ali horas e horas brindando. Mas como escurece, logo voltamos para a pousada.

A POUSADA:

A vista da janela do nosso quarto.

 

A gente foi mais além – decidimos curtir a experiência de vivenciar este clima do interior e passamos a noite no antigo casarão que pertencia à Dreher SA. Construído na década de 30, ele foi totalmente reformada e preparado para receber hóspedes. A decoração é rústica e mescla antiguidades com obras de arte. Cada detalhe parece ter um motivo e entra em harmonia com o conjunto todo.

No nosso quarto, um painel do artista Victor Hugo estampava a parede atrás da cama. Da janela, uma vista que mais parece uma pintura. Acalma o coração e a mente.

No jardim, uma bela piscina para os dias quentes, balanços românticos, um jogo de xadrez gigante e um espaço com churrasqueira. Na sala, o frigobar disponibiliza espumantes para os hóspedes. Basta pegar, beber e anotar!

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Um balanço para namorar.

 

A pousada é pequena mas muito acolhedora. A diária inclui o café da manhã, que tem tudo que a serra gaúcha pede: bolos caseiros, frutas, frios (com queijo colonial), pães, cereais, etc.

Café da manhã com vista para o jardim.

 

Na primeira vez que fomos, conhecemos os fundadores – dona Bita (que dá o nome à espumante mais nobre da casa) e seu Ayrton. Eles nos levaram de jipe para colher figos. Pensa em figos maduros e suculentos! Nossa, que delicia! Sim, há várias frutas produzidas naquelas terras férteis.

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Colhendo figos.


O JANTAR:

A propriedade também produz alcachofras e é famosa por oferecer jantares com a iguaria. Mas para degustar a refeição, tem que ter sorte! É que é necessário ter um número mínimo de pessoas. Na primeira vez, não conseguimos. Mas agora tivemos este privilégio!

O jantar é servido numa espécie de porão, que preserva relíquias da família. A decoração é aconchegante e bem intimista. O jantar é todo harmonizado com vinhos e espumantes da casa. E pode comemorar, a bebida é à vontade. Sim, muita bebida boa!

Decoração aconchegante no jantar.

A refeição começa com uma salada. Depois vem o tradicional risoto de alcachofra. Em seguida, um frango com passas, cebola caramelada e batata ao forno. Pra fechar, uma torta de sorvete e figo em caldas (de lá, claro).


Você vai ser atendido por um senhor simpático conhecido como Xirú. Ele vai deixar a noite ainda mais agradável.

O valor que pagamos pelo jantar foi de 130 reais por pessoa com tudo incluído!

 

 

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