SAÚDE SEM ESCALA

Pousada dos Capuchinhos – uma experiência cheia de espiritualidade

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A fé franciscana retratada nas paredes da pousada.

Se você gosta de vinho e busca um lugar para descansar e mandar embora o estresse do dia a dia, uma boa dica é a Pousada dos Capuchinhos, em Vila Flores. A pequena cidade de 2.200 habitantes fica a 170km de Porto Alegre, ao lado de Veranópolis, na serra gaúcha.

O lugar mistura fé e arte, vinho e devoção. Tanto a pousada como a vinícola Frei Fabiano são mantidas pelos freis capuchinhos, um grupo vindo da França. Mas enga-se quem acha que estará em um retiro espiritual. Nada disso. Você vai poder relaxar, meditar, caminhar, comer e beber muito bem.

A propriedade dos freis é enorme. A entrada fica ao lado da igreja central da cidade. Você jamais vai se perder. Além de Vila Flores ser pequena, é tudo muito bem sinalizado.

CANTINA FREI FABIANO:

O Vinhedo dos Frades

A cantina fica ao lado da pousada, no mesmo terreno. O trabalho dos freis começou há mais de 50 anos com o vinho de missa, que é muito semelhante a um licor, chega a lembrar o vinho do Porto. A produção deste vinho segue regras rígidas da Igreja Católica e é feita ainda em pipas históricas (logo toda produção vai estar nos barris de inox). Todo ano, a vinícola produz cerca de 50 mil litros só do vinho sagrado.

O interessante é que o teor alcoólico é altíssimo, fica em torno de 16.5%. Isso porque a Igreja não permite a adição de conservantes, e, por isso, a bebida recebe mais açúcar que se transforma em álcool e tem o papel de conservante natural.

A cantina está entre as quatro principais do país na produção e distribuição do vinho de missa. O que é produzido em Vila Flores vai para paróquias de todo país. O famoso vinho da Santa Ceia pode ser degustado como um excelente digestivo também.

A produção por lá cresceu muito nos últimos anos e ganhou ares mais modernos. A vinícola diversificou os rótulos. Hoje há vinhos mais nobres e espumantes deliciosas. A venda é exclusiva na pousada e em outros locais mantidos pelos capuchinhos.

Os parreirais ficam atrás da pousada, numa área a perder de vista. A paisagem é belíssima.

A POUSADA:

O antigo seminário dos capuchinhos foi reformado e virou uma grande pousada. Logo na entrada, o hóspede se depara com uma parede que conta um pouco a história dos freis capuchinhos no Brasil e da vida franciscana, trazendo um clima de paz e de muita espiritualidade.

O jardim central com a fonte.

Há um jardim central que parece de filme. Além de muitas flores, uma fonte deixa o clima mais relaxante. Ali é um ótimo lugar para degustar um cálice de vinho ou beber um chimarrão no fim da tarde. Como os freis dizem, é um espaço para conviver.

No corredor da parte térrea da pousada, há uma capela. Sim, uma capela lindíssima, rodeada por vitrais. Quando o sol bate nas janelas, a luz deixa um efeito mágico lá dentro.

A bela capela do antigo seminário foi mantida.

Um pouco mais à frente, está o bar totalmente temático de vinho. Além de rolhas no balcão, centenas de garrafas decoram as paredes do espaço. Ali você pode degustar alguns rótulos da casa.

Reparem no balcão feito de rolhas!

Na parte de trás, há um enorme jardim florido com piscina. Tudo muito lindo e bem feito. Além disso, há uma estrutura já pronta de águas termais, com piscinas cobertas. No entanto, eles ainda estão no aguardo da autorização do governo federal. Em breve, além de todas atrações, os hóspedes poderão se divertir em águas termais.

Um relax na piscina.

Os quartos são modernos e aconchegantes. Não perde para nenhum hotel executivo que já ficamos. Tudo de primeira qualidade. O café da manhã é completíssimo e mescla opções coloniais da região (como polenta, cucas, geleias) com pratos mais tradicionais ou requintados (panquecas, quiches, tortas).  O salão tem vista para o jardim central. Um clima sereno de calmaria para iniciar o dia.

O melhor bom dia!

Como diz o coordenador da pousada, Frei Alceu, não é apenas um lugar que oferece uma estadia. É uma experiência carregada de mística, oração e espiritualidade. Juro que você vai sair de lá com as energias renovadas.

Fomos pra lá em março. Pagamos R$ 185 a diária pro casal, mas há diferentes acomodações e preços (e o valor pode mudar em feriados e alta temporada).

PASSEIOS:

Se você, como nós, adora fazer um exercício para queimar as comilanças (ainda mais na serra gaúcha), é possível caminhar pela propriedade dos freis. Um estradão que contorna os parrerais tem quase 6 km – um bom exercício. No início do percurso, não deixem de entrar num pequeno bosque onde está a chamada trilha Paz e Bem.

Na trilha Paz e Bem, exercício e oração.

Se você prefere pedalar, é só falar na recepção e contratar o serviço de bike. Uma empresa de Nova Prata tem parceria com a pousada e oferece passeios de bike pela propriedade. Eles trazem as magrelas, capacetes e luvas, e você só entra com a disposição.

Quando fui com a equipe da TV, acompanhamos um passeio de bike.

CONFEITARIA VILLA DO PÃO:

A cidade é bem pequena, mas fiquei realmente surpresa com as várias opções gastronômicas. Uma delas é a Villa do Pão, que fica na avenida das Flores, 878 (pertinho da igreja). A padaria e confeitaria pertence à família Fiori e está instalada no antigo casarão de 1913. O local oferece pães, bolos, doces, salgados, receitas tradicionais da imigração italiana. Além disso, aos sábados, tem um café da tarde estilo café colonial. Sim, são opções gordinhas, mas super caseiras, com gostinho de avó. Quer coisa melhor do que isso? A gente comprou uns biscoitinhos para beliscar nas nossas caminhadas.

Villa dos Pães

RESTAURANTE MASCARON:

O restaurante Mascaron é bem grande. É praticamente um espaço temático sobre a imigração italiana. A decoração traz objetos e elementos da história dos antepassados. O local é moderno e muito bonito. No almoço, eles servem um buffet bem completo, com pratos típicos e grelhados. Vale a pena provar! Ele fica na BR 470, km 168.

Um restaurante muito charmoso.

RESTAURANTE MIRANTE DA SERRA:

Na nossa passagem por Vila Flores, decidimos jantar na cidade ao lado, Veranópolis, que conta com um dos poucos restaurantes giratórios do país. É o “Mirante da Serra”. Eles trabalham com reservas – bem simples pelo site.

Além da refeição, é um ótimo passeio.

A torre tem 79,5 metros de altura. Você sobe num elevador panorâmico. Lá em cima, o salão é grande. O garçom já te encaminha para a mesa. Bem devagar, o restaurante vai girando. Na real, você não sente. Só nota quando, de repente, o bar está ao seu lado, em seguida a porta da cozinha, a brinquedoteca.

A gente foi à noite e só é possível ver as luzes das cidades da região. Dizem que no almoço é mais lindo, pois o visitante consegue observar bem o horizonte. Além disso, não deixe de subir até o mirante que fica no ponto mais alto da torre!

O cardápio oferece uma sequência italiana com massas e grelhados ou a la carte. A gente pediu a la carte para evitar tanta comilança. O prato veio rápido e bem servido. O preço bem justo – cerca de R$ 80 para duas pessoas. O atendimento foi sensacional. Recomendo o lugar.

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